Tendências do Mercado Editorial no Brasil para 2024
O mercado editorial no brasileiro 2023, foi marcado por uma dinâmica um pouco diferenciada dos anos anteriores. Alguns acontecimentos se tornaram destaque, como o anúncio da justiça de São Paulo decretando falência da Livraria Saraiva, em setembro. Da mesma forma, a Livraria Cultura também encontrou problemas, acometida por retiradas de estoque por parte das editoras, ordem de despejo e diversas liminares. Embora a mídia tenha anunciado o seu fechamento iminente, a Livraria Cultura permaneceu em operação ao término de 2023, aguardando o julgamento do STJ.
Por outro lado, a Livraria Leitura se consolidou como a maior rede de livrarias físicas do Brasil em 2023, abrindo 8 novas lojas no período e encerrando o seu ano com 110 lojas abertas. Em contrapartida, as Lojas Americanas, uma das mais fortes varejistas do país, iniciou 2023 envolvida em diversas polêmicas a respeito de um rombo inicial de 20 bilhões de reais. Fatidicamente, ao término do ano, as investigações apontavam que o problema financeiro na realidade extrapolava mais de 40 bilhões de reais.
De tal forma, mesmo diante de tantos acontecimentos, vivenciamos uma melhora gradativa do mercado editorial no Brasil se iniciando já no período entre 2021 e 2022, com aumento de vendas constatado já no primeiro trimestre do mercado editorial brasileiro 2023.
Inicialmente, o mercado editorial brasileiro 2022 registrou uma vendagem 2,98% maior do que no ano anterior, o que representa um total de 58,61 milhões de livros vendidos, de acordo com os dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). – 1,7 milhões de exemplares a mais do que em 2021.
Isso representou uma alta de 2,54% no faturamento do mercado editorial nacional, se comparado a 2021, levando-se em conta, inclusive a inflação. Além disso, há um destaque interessante apresentado pela Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – divulgada no mês de maio por SNEL e Nielsen – dando conta de que as chamadas livrarias exclusivamente virtuais passaram a ser o principal canal de vendas de livros no país.
Um dos relatórios da Nielsen apontou que essa mudança ocorreu durante Pandemia mundial da COVID-19, mas já estava em andamento, se iniciando com a crise das grandes redes de livrarias, que na realidade começou a aparecer em 2018. Houve também um aumento de 5,19% no preço médio do livro, passando o valor médio de R$ 41,28 para R$ 43,42. Isso representou um faturamento de 270,69 milhões de reais entre 6 de dezembro de 2022 a 2 de janeiro de 2023, um aumento de 15,18% em relação ao mesmo período de 2021.
Acesso Rápido
A Ascenção dos Ebooks e o Mercado Editorial do Brasil
Diversos veículos de pesquisa atribuíram à Pandemia o aumento da venda de livros digitais, já em 2020. Foi registrada a vendagem de 83% mais e-books do que em 2019, caracterizando um salto de 4,6 milhões para 8,4 milhões de exemplares adquiridos. O gênero literário de ficção teve um crescimento de 134% entre 2019 a 2020.
O ano registrou um aumento de 16% no lançamento de e-books, comparado ao ano anterior, obtendo um crescimento total bem maior do que a marca dos 36% de crescimento registrado no faturamento do mercado de livros digitais, sendo esse número já reajustado pela inflação e contabilizando, além de e-books, a venda de audiolivros, serviços de assinaturas e plataformas de bibliotecas virtuais.
De tal forma, o crescimento continuou em 2021 e registrou um faturamento total com acréscimo nominal de 23%, e de 12% em termos reais, representando 180 milhões de reais contra os 147 milhões de reais no ano anterior, 2020. E assim, 125 milhões de reais é o faturamento atribuído somente à venda de conteúdo digital individual, compreendendo a venda de 9,4 milhões de unidades que se dividiu em um total de 98% de e-books e 2% de audiolivros.
Já as plataformas de bibliotecas digitais e serviços de assinaturas, no ano, obtiveram um faturamento na casa dos 56 milhões de reais. Porém, ainda assim, as pesquisas Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, coordenadas pela Câmara Brasileira do Livro e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, com levantamentos produzidos pela Nielsen Bookscan, apontam que o conteúdo digital representou apenas 6% do mercado editorial no país.
Já em 2022, as vendas no mercado brasileiro apresentaram um crescimento nominal de 3%, apontado pela pesquisa. Este levantamento referente ao ano-base de 2022 foi divulgado em maio de 2023 e aponta o melhor resultado já adquirido pelo setor no Brasil, e na América Latina.
Por outro lado, a pesquisa também apontou que as livrarias exclusivamente virtuais são o canal com maior participação no faturamento das editoras, alcançando a margem de 35,2% em 2022, superando pela primeira vez as livrarias físicas. E da mesma maneira, as Feiras do Livro/Bienal aparecem entre os cinco primeiros canais na participação do faturamento das editoras, no subsetor de obras gerais.
O faturamento das editoras com a venda por unidade inteira representou 54% do conteúdo digital comercializado, enquanto as outras categorias de faturamento compreendidas por serviços de assinatura, plataformas educacionais, bibliotecas virtuais e audiolivros, por exemplo, representaram os 46% restantes.
A pesquisa também aponta que o aumento de 69% do faturamento de Bibliotecas Virtuais, e a inserção do subsetor de didáticos através da categoria Plataformas Educacionais, foi o que impulsionou o faturamento total com conteúdo digital em 2022, alcançando um crescimento nominal de 35%. Porém, o conteúdo digital continua representando 6% do mercado editorial brasileiro, apesar desse crescimento.
Esses dados indicam que o mercado de e-books continuou a crescer em 2022, apesar dos desafios apresentados pela pandemia de COVID-19. O levantamento divulgado pelo SNEL no início de 2023 deu conta de que o setor editorial registrou alta de 2,98% em comparação a 2021, com arrecadação na faixa dos R$2,54 bilhões em receita, provenientes da venda de 58,61 milhões de exemplares, evidenciado ao fim de 2022.
A expansão do mercado de e-books vem se tornando cada vez mais visível nos últimos anos, apontando, inclusive, que os e-books permitem, por exemplo, o acesso a publicações internacionais com preços mais acessíveis do que o material impresso, que possui custos de impressão e distribuição no valor repassado ao consumidor.
Desta vez, em 2023, a CBL encomendou a pesquisa Panorama do Consumo de Livros, que apontou aproximadamente 25 milhões de consumidores de livros no Brasil. Sendo assim, constatou-se que, deste montante, 69% dos entrevistados adquiriram entre um a cinco livros nos últimos 12 meses, enquanto 8% comprou 16 ou mais livros no último ano e 74% manifestou intenção em realizar novas compras nos próximos três meses.
O estudo inédito busca identificar o perfil e hábitos dos compradores de livros no Brasil, após analisar, entre 23 e 31 de outubro de 2023, o comportamento de compra de livros pelo público brasileiro por meio de uma metodologia envolvendo 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, cobrindo todas as regiões – Sudeste, Sul, Norte, Nordeste, Centro-Oeste – e os estratos socioeconômicos das chamadas classes A, B, C, D e E.
O estudo incluiu tanto compradores quanto não compradores de livros, garantindo uma ampla representatividade com uma margem de erro de 0,8% e um nível de confiança de 95%. Os dados afirmam que 16% da população brasileira acima de 18 anos adquiriu ao menos um livro nos últimos 12 meses.
Por outro lado, 55% dos consumidores de livros apontaram que preferem fazer suas aquisições online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência deste canal, levando-se em consideração que as datas especiais como a Black Friday, recebendo uma adesão de 21%, e a Semana do Consumidor, com 17%, foram apontadas como relevantes para os compradores. E ainda, 40% dos consumidores optam pela compra presencial, valorizando a vivência da experiência do livro físico em mãos antes de se decidirem pela compra. Por fim, para estes, as recomendações de vendedores e a capa do livro e são considerados aspectos importantes na hora de decidir finalizar a compra.
Em conclusão, no período avaliado, 54% dos consumidores compraram exclusivamente livros físicos, enquanto que 15% adquiriu somente livros digitais. 81% dos entrevistados consumidores do formato digital aponta a sua preferência pelo formato e-book, sendo que 50% dos leitores digitais utilizam principalmente o celular para essa leitura. E ainda, a pesquisa aponta que os consumidores de e-books e audiolivros tendem a comprar com desconto, com 63% relatando ter adquirido um livro digital em promoção.
O crescimento do mercado para Audiolivros
As principais editoras do Brasil já estão presentes no formato de audiolivros, junto com a plataforma Spotify. A Audible iniciou em outubro de 2023 a sua operação no Brasil, com um catálogo de 5 mil títulos em português a preços mensais acessíveis.
A subsidiária da Amazon divulgou em dezembro uma lista com os dez livros mais ouvidos na plataforma, ficando em primeiro lugar a biografia “A mulher em mim” (Buzz), da cantora Britney Spears, com a narração de Fabiana Ribeiro.
Em setembro, no Publishing Perspectives Forum, da Feira de Frankfurt, o jornalista americano Porter Anderson concedeu uma entrevista ao Publish News dizendo que é necessário “dar algum tempo” para que a base de consumidores do Brasil, ávida por podcasts, comece a adentrar o território dos audiolivros.
O impacto das mídias sociais no mercado editorial
De acordo com Josmar Andrade, professor de Marketing da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), do mestrado profissional Empreendedorismo da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) e assessor da Agência USP de Inovação, para que a divulgação de livros seja bem-sucedida, é preciso identificar o público-alvo e entender como esse grupo adquire informações sobre a obra literária – se é através das redes sociais, se eles frequentam os pontos de venda, se é através da indicação de um crítico.
Não é de hoje que o mercado editorial tem apostando em publicações escritas por figuras conhecidas das redes sociais desejando alcançar um público maior, enquanto criadores de conteúdo buscam fazer divulgação de livros para obter mais relevância e autoridade.
Já há algum tempo, as editoras têm aproveitado a divulgação de youtubers que agem como críticos literários. É comum encontrar alguns canais na rede de vídeos online em que seus protagonistas fazem análise de suas leituras e recomendam livros para o seu público.
O crescimento deste segmento, inclusive, acompanhou um novo modelo de negócio no qual alguns youtubers, que passaram a atingir maior relevância e consequentemente maior visibilidade nas redes sociais, oferecem o seu serviço de leitura, análise e indicação de livros de novos autores na forma de collab, divulgando o material de forma remunerada.
De tal maneira, diversas editoras passaram, ao longo dos anos, a adotar a estratégia de marketing do “boca-a-boca digital”, alavancando a venda de novos títulos e de livros já consagrados. Igualmente, em 2023 tem crescido uma nova modalidade de divulgação online realizada por influenciadores digitais de redes mais dinâmicas de vídeos curtos, conhecidos como Booktokers na rede TikTok, subindo constantemente a hashtag BookTok em suas estratégias de divulgação.
O novo segmento se utiliza de gatilhos como a curiosidade para fazer suas divulgações, geralmente apresentando um trecho de livro como uma história cotidiana comum e, no ápice do engajamento do usuário ao gerar identificação com o conteúdo, fazem a citação da fonte do material apresentando o livro e autor ao público.
Em dezembro de 2023, a hashtag mencionada já acumulava 206 bilhões de visualizações na rede, proporcionando uma maior chance para que novos autores possam apresentar o seu trabalho ao público. Porém, cabe ressaltar que o uso deste artifício requer planejamento e estratégia para que o conteúdo possa criar engajamento.
Sendo assim, a autora norte-americana Collen Hover se tornou um fenômeno de vendas com o seu livro “É assim que acaba”, lançado em 2016, que veio a se tornar o segundo livro mais vendido do ano de 2023.
A Auto-publicação: Uma Nova Era
O mercado editorial no Brasil nunca foi muito receptivo e rentável para novos autores, e muito disso devia-se à análise de risco de uma editora, observando-se a incerteza de retorno financeiro em um investimento que possuía 50% de chances para caminhar em direção ao fracasso.
Por um lado, por mais que a internet seja talvez a nossa maior fonte de informações há mais de décadas, até pouco tempo atrás, um novo autor encontrava grande dificuldade para obter conteúdo direto e que lhe desse explicações mais concretas sobre a realidade de se produzir e publicar um livro. Há anos que muitos dos produtores de conteúdo publicam copywriting com informações esparsas e que falam apenas de generalidades, com o assunto sendo pouco explorado em profundidade e carecendo de mostrar a realidade do mercado editorial para novo autores.
O fato é que a produção de um livro físico, no Brasil, ainda hoje é muito cara. Além das despesas que abrangem o processo, como as diagramações, revisões ortográficas e a preparação do texto, capa, confecção de provas e a impressão, as editoras ainda precisam arcar com as campanhas de marketing para a venda do livro.
Não bastante, quando as livrarias físicas dominavam o varejo, cada espaço físico de exposição ao público precisava ser arrendado para abrigar um novo título por um período preestabelecido. Os valores para essa exposição sempre variaram de acordo com a relevância da marca da livraria, podendo partir de alguns milhares de reais por uma gôndola no fundo da loja, até algumas dezenas de milhares de reais pela concorrida vitrine na entrada. E as coisas não mudaram muito.
De tal forma, um escritor se aventurando a tentar publicar o seu primeiro livro, por exemplo, ainda hoje precisa lidar com as diversas negativas das editoras nacionais. Muitas delas, pelo volume de publicação, estabelecem uma agenda anual com a abertura e fechamento de datas para recebimento de originais para avaliação.
E essa dinâmica do mercado literário no Brasil é muito diferente do que se vê nos países mais amadurecidos para a literatura, em que existem diversos agentes literários em busca de obras para serem avaliadas, podendo assim dar a sorte de se deparar com um texto promissor e que necessite apenas de ser apresentado para uma boa editora.
Na nossa realidade, existem agentes literários que gozam da confiança de grandes editoras nacionais, mas, diferente do profissionalismo americano que, ao se deparar com uma obra com bom potencial de vendagem, oferece um contrato bem sólido e um adiantamento monetário satisfatório para o autor em uma relação de compromisso pela publicação da obra, aqui se faz a exploração financeira do novo autor, solicitando-se geralmente um valor bem alto para a intermediação da apresentação do original a uma editora, que talvez possa se interessar pelo trabalho.
Diante da escassez de recursos para utilizar o serviço intermediário, um escritor de primeira viagem acaba por ter que submeter o seu texto impresso ou por meio digital ele mesmo, e conforme o regramento estipulado pelo setor editorial do selo escolhido. Em muitas das vezes é necessário aguardar por meses até receber uma eventual resposta, que geralmente é negativa. Algumas editoras, ao receber uma nova proposta de livro explicitam que, em caso de negativa para a obra, o original recebido será destruído.
De outra maneira, a felicidade de ter seu trabalho de dias, meses ou anos, aceito por uma editora só não é maior ao receber a proposta padrão de 3% a 5% do valor de capa da publicação, geralmente em torno de 3.000 cópias iniciais de teste, que podem ser duplicadas em uma segunda edição caso a vendagem nos primeiros meses supere as expectativas. Feliz ou infelizmente, somente autores já consagrados por alguma obra que despontou conseguem um contrato que chegue até 10% do valor de capa, sendo garantido aos best-sellers um teto de até 30%.
Não é incomum que um novo autor se sinta desestimulado a produzir uma nova obra, abandonando a carreira tão sonhada em detrimento desses acordos, cuja justificativa é todo o gasto de produção, já mencionado, que uma editora assume ao decidir tentar tirar um escritor do anonimato.
Em contrapartida, nos últimos anos temos visto também o crescimento de alguns selos editoriais pertencentes a gráficas, que oferecem a publicação mediante o pagamento das custas do processo pelo autor. Algumas delas oferecem incluso em seu orçamento todas as etapas até a impressão do livro. Mas, sabendo-se que para baratear essa impressão é necessário aumentar o número de cópias para algumas dezenas de milhares de exemplares, observamos em diversas comunidades online de escritores que o número de descontentamento só tem aumentado.
Muitos dos autores iniciantes acabam por endividarem-se acreditando que conseguirão recuperar seu investimento e obter lucro ao adotar essa modalidade e, depois, fazerem eles mesmos o marketing para vender seus livros. Mas, a cada dia, mais deles enxergam o naufrágio de seus sonhos sem ter nenhum suporte do selo editorial oferecido pelas gráficas que foram contratadas. Na mesma linha de trabalho, algumas gráficas digitais mais aparelhadas conseguem oferecer um contrato de impressão de livro sob demanda. E assim, também tem crescido o número de escritores que estão se adaptando ao longo dos anos e escolhendo oferecer seus livros de diversas formas para o consumidor, com um custo menos arriscado para concretizar o seu sonho de publicar um livro físico.
Em outro prisma, tem crescido em larga escala a auto-publicação de e-books.
Plataformas como a Amazon Kindle, a Kobo e a Smashwords permitem que autores encontrem uma maior facilidade para criar seus livros digitais e, sem nenhum custo, se insiram no mercado digital literário. Dessa maneira, é possível atender tanto a expectativa de um escritor que deseja ter uma obra lida por outras pessoas sem almejar um retorno financeiro, como a dos autores que pretendam receber pelo seu trabalho. Ao subir um livro digital para a Amazon Kindle Direct Publishing, por exemplo, é o próprio autor quem estipula o valor para que o cliente possa ler a sua obra.
O volume de vendas vai depender da sua própria habilidade, criatividade e empenho na divulgação do livro. Sendo as estratégias de Marketing Digital já mencionadas anteriormente as maiores aliadas para quem escolha por essa modalidade de publicação. E esta escolha vem sendo explorada por escritores do mundo todo, como nos mostra uma recente pesquisa da empresa Bowker, indicando que o número de livros auto-publicados nos Estados Unidos aumentou 40% em 2018, chegando a 1,6 milhão de títulos, e a expectativa de crescimento desse número vem aumentando ao longo dos anos e se mantendo para 2024, com o surgimento constante de novos autores e de novos nichos de mercado.
O papel das livrarias independentes
O mercado do varejo já havia notado o crescimento das livrarias independentes antes da Pandemia. Por conta das vendas presenciais interrompidas, algumas delas foram fechadas, inclusive no Brasil, e precisaram se adaptar a formas não presenciais de vendas para que pudessem sobreviver. Porém, conforme as flexibilizações das medidas de distanciamento social que passaram a ser ampliadas, as livrarias independentes voltaram a abrir suas portas.
De acordo com a Associação Americana de Livrarias (ABA), esse segmento do varejo de livros tem crescido de forma sustentável nos últimos cinco anos, nos Estados Unidos. No entanto, aqui no Brasil essa expansão vem ocorrendo de maneira mais morosa.
De tal forma, observa-se que a procura dos interessados ocorre na busca por vivenciar a experiência de visitar um local instagramável para ter contato com o livro físico. E assim, muitas dessas livrarias independentes estão apostando em um atendimento físico personalizado em um local, muitas vezes, mais irreverente e com a sua arquitetura pensada em atender este tipo de público.
O fim do reinado das “MegaStores de livros”, como eram chamadas as lojas da Livraria Cultura, FNAC e Livraria Saraiva, por exemplo, proporcionou o destaque das pequenas e médias livrarias independentes atuando tanto na abrangência de livros de forma genérica, como no mercado varejista de lojas com curadorias especializadas em determinados nichos.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, uma das primeiras livrarias a se especializar em um determinado seguimento foi a Banca Tatuí, que desde de 2014 comercializa livros independentes. Para quem possui o interesse pela literatura brasileira e hispânica, a Ponta da Lança atende o seu público desde 2018. E da mesma maneira, em dezembro de 2022, a livraria Eiffel abriu suas portas focando-se no comércio de livros voltados para a Arquitetura e Urbanismo.
Todas essas lojas físicas podem ser encontradas em um raio de menos de um quilômetro, no centro de São Paulo, cujo itinerário de passeio literário tem sido seguido por diversas pessoas que procuram acessar o underground da literatura na cidade.
Ainda em São Paulo, porém na Vila Buarque, desde a sua inauguração em junho de 2021, a livraria Gato sem Rabo fundada por Johanna Stein oferece um catálogo exclusivo de livros escritos por mulheres e, depois de um período de reorganizações, quase dois anos depois passou também a abranger títulos assinados por pessoas trans e travestis.
Ainda assim, não se pode deixar de observar que, de acordo com o Painel do Varejo de Livros no Brasil, de 2023, pesquisa também realizada pelos veículos já mencionados anteriormente, o varejo fechou seu ano em declínio de 7,13% no volume de títulos, e um faturamento 0,78% menor que 2022.
A quantidade de livros movimentados ficou na casa dos 54,43 milhões, em números reais, em comparação com os 58,61 milhões do período anterior, e uma arrecadação de 2,52 bilhões de reais ante os 2,54 bilhões, também de 2022. Ainda assim, há um destaque para a variação de preço médio do livro, que fechou o ano no positivo, em 6,83%, observando-se que, desde 2016, essa foi a primeira vez que o crescimento do preço médio do livro ficou acima da inflação.
Iniciativas Sustentáveis Transformam o Mercado Editorial Brasileiro
A International Publishers Association (IPA) recentemente anunciou iniciativas para o mercado editorial brasileiro, lançando um painel virtual alinhado com a Agenda ESG (Ambiental, Social e Governança). Essa discussão ganhou destaque em eventos e feiras, desde a Feira do Livro de Frankfurt até a Festa Literária Internacional de Paraty. Em agosto de 2023, a Suzano, considerada como a líder global na produção de celulose de eucalipto, destacou-se ao integrar formalmente o ESG à sua estratégia de negócio, mesmo que já venha alcançando resultados impressionantes desde 2022.
No ano mencionado, a multinacional registrou um ótimo desempenho em quase cem anos de empresa, atingindo o recorde anual de 22,6 bilhões de reais de caixa operacional, com uma receita líquida de 49,8 bilhões de reais, 22% maior em comparação com 2021. E vale a pena ressaltar que 40% dos seus 2,6 milhões de hectares no Brasil estão reservados para fins de conservação.
O projeto-piloto da Suzano para neutralizar a emissão de carbono de mais de 50 mil exemplares de livros das editoras Companhia das Letras, Record e Sextante, divulgado em 2023, contou com o suporte de uma consultoria especializada para mapear e calcular a pegada de carbono ao longo do ciclo de vida dos livros, desde a plantação do eucalipto até o descarte/reciclagem. A neutralização será realizada por meio de créditos de carbono da Suzano, provenientes de projetos certificados e auditados externamente. Além disso, a própria Companhia das Letras marcou presença na última Bienal do Livro Rio com um estande sustentável, destacando seu comprometimento com práticas ambientais responsáveis.
O ESG representa um compromisso profundo com a sustentabilidade e a responsabilidade, podendo ser compartilhado com a sociedade. Essa abordagem transformadora inspira as pessoas a reavaliarem suas próprias realidades, como evidenciado no caso da Suzano. E de tal forma, o próprio consumidor final já tem demonstrado interesse em adquirir livros físicos de produção mais sustentável.
O futuro do mercado editorial no Brasil
Podemos perceber que o mercado editorial vem se adaptando às adversidades encontradas, como os desafios trazidos pela Pandemia causada pela COVID-19. Num panorama geral, observamos que o varejo absorveu seu impacto econômico investindo tanto no e-comerce, quanto na publicação digital, proporcionando uma expansão ordenada das vendas pela internet.
Neste cenário, a produção de e-books e livros para o Kindle por todo o mundo cresceu nos últimos anos, encontrando um pragmatismo muito negativo por parte de analistas e profissionais mais conservadores, e que acreditavam que este seria o início do declínio do livro impresso no mercado.
De fato, a era da digitalização ajudou a indústria a superar dificuldades para a comercialização deste artigo que, sem dúvida, possui um grande número de adeptos que ainda cultivam o hábito de degustar o processo de compra de um título impresso. Não é preciso visitar muitos espaços de integração de leitores na internet para constatar que há uma gama imensa de pessoas que curtem tocar, sentir a textura da capa e das páginas, e até mesmo o cheiro de um livro novo durante o ato da escolha e compra do novo título.
E tudo isso nos dá uma grande lição sobre o mercado literário: os leitores gostam de vivenciar histórias, não somente ler livros, e essa viver essa experiência é um ato que transcende o conceito de livro impresso, digital ou narrado, ela se expande ao sentimento do leitor ao adquirir a obra que, por algum motivo, lhe chama atenção.
De tal maneira, todas essas percepções sobre o mercado literário brasileiro, com a dinâmica da evolução deste cenário nos últimos anos, têm proporcionado o surgimento de diversos novos autores a serem descobertos ao lado de autores já experientes que estão, cada vez mais, precisando embarcar sob o mesmo velame para acompanhar as tendências do mercado editorial para vendagens, que hoje são, em maioria, capitaneadas pelo progresso do marketing digital.
Ainda neste panorama, a difusão do uso das ferramentas de IA (Inteligência Artificial) vem se inserindo em diversos segmentos do mercado literário. Desde a produção de textos de marketing e até os e-books dos cursos que são revendidos por redes de afiliados, modalidade que se tornou muito popular nos últimos anos, ferramentas como o ChatGPT, e outas similares, passaram a facilitar a vida de diversos profissionais do ramo literário.
Se antes os novos autores, por exemplo, precisavam desembolsar uma quantia razoável, para um país com a nossa realidade econômica se desejassem refinar seus originais antes de submetê-los a uma editora para avaliação, hoje muitos deles se valem do recurso da IA para analisar, ajustar e refinar o seu material. Em contrapartida, algumas editoras já observaram essa tendência e cada vez mais contratam o serviço especializado que conta também com IA para detectar a probabilidade de um original recebido ter sido escrito com o mesmo recurso.
Cada recurso de IA, no atual momento, está em um patamar diferente de maturidade e conquistando públicos diversificados. Além das ferramentas que podem servir para auxiliar no mercado literário escrito, também já existem as ferramentas amplamente utilizadas para o audiovisual. Há plataformas que criam até mesmo narração para os textos escritos com voz 100% criadas virtualmente, além de imitar a voz de pessoas existentes e atém mesmo vozes de celebridades. O mercado dos livros digitais conta não somente com esses recursos como também com outras ferramentas que geram imagens, ilustrações e até mesmo vídeos somente analisando o texto utilizado em seus prompts de comando.
Com todas essas possibilidades criadas pela tecnologia, espera-se que o surgimento de novos autores seja mais crescente a cada ano, com o seu público sendo direcionado para sua obra pelo trabalho de pessoas especializadas no uso dessas ferramentas aliadas ao marketing digital.
Vale a pena ressaltar que, já no atual momento, o trabalho dos agentes literários do mercado brasileiro, restrito a um pequeno número de profissionais que agem na contramão dos mercados literários mais amadurecidos, já está obsoleto. As possibilidades de uso de gráfica com selo editorial e marketing digital pelo próprio autor substituem esse profissional, que antes podia até ser visto como alguém em atitude predatória por suprimir a evolução e o destaque de novos escritores.
As práticas já citadas, como a impressão de livro por demanda e a auto-publicação no formato de livro digital, garantem a entrada de autores no mercado com uma remuneração muito melhor do que ao aceitar uma alternativa mais ortodoxa com a assinatura de um contrato com uma editora. Inclusive, de tal maneira, há grandes chances de uma nova obra se tornar um best-seller em pouco tempo, caso o seu trabalho de divulgação nas redes sociais venha a viralizar de forma orgânica ou por impulsionamento de tráfego pago.
Tendências para Audiolivros
Como observamos anteriormente, mesmo que a preferência do público ainda seja por livros impressos, a venda de produtos digitais continua crescendo.
Esse crescimento deve-se, inclusive, pela necessidade de algumas pessoas cujo tempo livre seja restrito e que precisem, por exemplo, se aproveitar do tempo de deslocamento até o trabalho, ou qualquer outro lugar, para terem contato com a literatura. Muitos destes são adeptos dos audiolivros e se utilizam das diversas plataformas para atender essa necessidade.
Resumos de livros de não ficção
Essa é uma tendência que vem crescendo na vida dos leitores brasileiros classificados como consumidores finais, e inclusive na vida de profissionais do mercado editorial. De tal forma, com o uso dessas ferramentas pode-se acessar um apanhado rápido e coerente das ideias presentes no conteúdo, podendo direcionar o leitor especificamente às informações que procura, ou mesmo estimulá-lo à compra do título na íntegra.
Literatura técnica com diversas temáticas, como liderança, negócios, política, marketing e outros, estão sendo disponibilizados em formato de áudio ou texto, encontrando um público cada vez mais crescente.
Busca por assuntos políticos
A expansão da polarização política vivenciada em larga escala nas eleições de 2018 fez crescer a busca por diversos temas envolvendo o assunto. Esse quadro aponta para uma tendência mais aprofundada pela diversificação de nichos criados no cenário político, não restritos apenas ao viés político-partidário.
De olho no desenvolvimento dessa tendência, as editoras estão diversificando cada vez mais a criação de selos específicos para se inserirem na curadoria especializada e na busca direcionada por diversas pautas publicadas nesse segmento.
Aumento da diversidade de publicações
Até pela crescente quantidade de novos autores no mercado, é de se esperar que a diversidade de assuntos publicados também se expanda. Hoje, é notório que há publicações disponíveis sobre qualquer assunto que se queira ler. Por advento da facilidade de se agrupar pessoas com o mesmo interesse em redes sociais, a cada momento surgem nichos e subnichos cada vez mais explorados, que recebem publicações direcionadas para o seu público-alvo. Essa tendência de equilibrar a busca diversificada de temas inclusive é evidenciada pelo estabelecimento físico de livrarias especializadas em um ou mais segmentos do mercado editorial no Brasil.
Concursos literários nacionais
Além dos concursos literários consagrados, como o Prêmio Jabuti, tem crescido no Brasil a oferta de premiações a autores por novas obras originais.
Observamos que, cada vez mais, surgem diversos concursos promovidos por uma gama enorme de entidades ligadas ao mercado editorial nacional. Com o crescimento das publicações digitais, muitos dos aplicativos voltados ao público literário oferecem concursos periódicos que contemplam as obras selecionadas, inclusive com premiação em dinheiro, como no caso da Amazon.
O Kindle Direct Publish, da Amazon, realizou em 2023 a sua 8ª edição do Prêmio Kindle de Literatura, oferecendo como prêmio principal o valor de 50 mil reais e adiantamento de royalties. Além deste, também foi realizado pela mesma empresa o concurso Prêmio Conto Inesquecível, que agraciou 5 vencedores com 2 mil reais cada. De tal maneira, espera-se que mais concursos estejam disponíveis durante todo o ano de 2024 e suas premiações, que vão desde a publicação de determinada tiragem do livro físico sem custo para o autor até valores em dinheiro, fomentem uma maior pluralidade de oportunidades para que mais escritores iniciantes tragam suas obras para conhecimento do público.
O que esperar em 2024?
O que se observa em pesquisas feitas sobre as notícias relacionadas ao setor é que, para o ano de 2024, novas estratégias estão sendo desenhadas para impulsionar o seu desenvolvimento. A valorização da obra de autores consagrados já falecidos é uma das apostas para atrair o interesse do público.
A adaptação de obras da literatura para o audiovisual, em formato de filmes e séries, já se mostrou muito eficaz no impulsionamento do interesse do público. É natural que um filme ou série de sucesso despertem a curiosidade do telespectador para a busca pela obra escrita, podendo assim conhecer detalhes que sofreram adaptações e, em muitas vezes, acabaram suprimidos na produção.
A Paramount, por exemplo, adquiriu os direitos da saga O Legado de Orïsha, escrita por Tomi Adeyeme, em 2022. Eles anunciaram que adaptariam o primeiro livro da série, Filhos de Sangue e Osso, mas não confirmaram se a obra será lançada nos cinemas ou em seu streaming.
O livro apresenta a personagem Zélie Adebola, que faz parte do Povo Maji. A história se passa em um mundo onde os majis são perseguidos por praticarem magia. Alguns deles têm o poder de gerar fogo, outros de formar ondas, e assim por diante. A mãe de Zélie, por exemplo, era uma ceifadora, o que significa que ela tinha o poder de invocar almas. Mas tudo muda depois que um rei dizima o povo maji, fazendo restar poucos sobreviventes. Entre eles, está Zélie, que se torna a protagonista da história.
A escritora americana Colleen Hoover, além de ser uma das autoras mais acessadas do Kindle, é conhecida por seus livros que costumam ser best-sellers. É Assim que Acaba, de 2016, não é exceção e deve ser adaptado para o cinema no primeiro semestre de 2024, com Blake Lively no papel da protagonista Lily.
A obra apresenta a história de Lily, uma jovem que se mudou de Maine para Boston e abriu uma floricultura. Lá, ela conhece o arrogante neurocirurgião Ryle, por quem se atrai. Eles se apaixonam e começam um relacionamento, mas as coisas não vão tão bem quanto ela desejaria. O romance discorre sobre esses problemas e as escolhas que Lily precisa fazer para enxergar com clareza o que está acontecendo dentro do seu relacionamento.
Nesta mesma estrada, segue a obra Tartarugas até lá Embaixo, de John Green (que tem no currículo o romance A culpa é das estrelas), que sairá pela HBO Max e terá no elenco atores como Isabela Merced, Cree Cicchino, Felix Mallard e Judy Reyes.
A série, Manual de Assassinato para Boas Garotas, adaptação do livro de Holly Jackson será entregue pela BBC em 2024. A trama gira em torno de uma história macabra: Andie Bell, a garota mais bonita e popular da escola, foi assassinada pelo namorado, Sal Singh, que se suicidou após o crime.
Como adaptação brasileira, temos Dias Perfeitos, do escritor carioca Raphael Montes, anunciado como uma nova série da Globoplay. Vale lembrar que o autor também é roteirista de Bom dia, Verônica na Netflix. Sua nova adaptação fala de um sujeito solitário que estuda medicina e tem seu tempo dividido entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres na aula de anatomia.
Os Dois Morrem no Final, livro de sucesso do autor Adam Silvera, vai virar série na Netflix em 2024, produzida por Chris Van Dusen, criador de Bridgerton. O romance narra a história de Mateo e Rufus, que recebem uma ligação à meia noite falando que ambos irão morrer ao final daquele dia. Embora não se conheçam, eles precisam procurar um amigo para poder compartilhar a notícia.
Por fim, o clássico Christine, obra do mestre do terror Stephen King, que já possui uma versão para cinema de 1983, terá uma nova roupagem totalmente atualizada pelas mãos da grande produtora Blumhouse.
Obras já programadas para lançamento em 2024
Algumas das editoras nacionais já estão divulgando seus cronogramas de traduções, edições e lançamentos regulares e, inclusive, algumas dessas novidades já foram disponibilizadas nas livrarias desde as primeiras semanas do ano. Entre as novidades da Companhia das Letras, por exemplo, destaca-se o lançamento de Tomás Nevinson, o último romance do espanhol Javier Marías, falecido em setembro de 2022. A obra, de 656 páginas, já está na pré-venda e será distribuída pela editora em fevereiro. O escritor José Alberto Wenzel e o jornalista Benno Bernardo Kist também terão livros lançados pela Editora Gazeta.
Entre os títulos que estão programados, podemos destacar:
- Tomás Nevinson, do espanhol Javier Marías, pela Companhia das Letras;
- Stella Maris, do libanês Elias Khoury, pela Editora Tabla;
- Que me chamem Gantenbein, do suíço Max Frisch, pela Estação Liberdade;
- Peter e Lis: quando era proibido falar a própria língua, de Benno Bernardo Kist, pela Editora Gazeta;
- Kibogo, da ruandesa Scholastique Mukasonga, pela Editora Nós;
- Vida Nova: a história do sanatório Kaempf, de José Alberto Wenzel, pela Editora Gazeta;
- Solenoide, do romeno Mircea Cărtărescu, pela editora Mundaréu;
- Sultanas esquecidas, da marroquina Fatima Mernissi, pela Editora Tabla;
- A invenção da viagem, da colombiana Juliana González-Rivera, pela Editora Relicário;
- Em agosto nos vemos, do colombiano Gabriel García Márquez, pela Record;
- Estrela da manhã, do norueguês Karl Ove Knausgård, pela Companhia das Letras;
- Os afegãos, da norueguesa Åsne Seierstad, pela Record;
- A casa de barcos, do norueguês Jon Fosse, pela editora Fósforo;
- Linha de cor, da italiana Igiaba Scego, pela Editora Nós;
- Manhã e noite, do norueguês Jon Fosse, pela Zain;
- Os livros de Jacó, da polonesa Olga Tokarczuk, pela Editora Todavia;
- Tenebrosa água, de Thiago de Mello, pela Editora Global;
- Leopoldina, de Mary Del Priore, pela Editora José Olympio;
- Hotel Íris, da japonesa Yoko Ogawa, pela Estação Liberdade;
- O labirinto dos desgarrados: o Ocidente e seus adversários, do libanês Amin Maalouf, pela Vestígio;
- Biografia de um olho, do palestino Ibrahim Nasrallah, pela Editora Tabla;
- A nação das plantas, do italiano Stefano Mancuso, pela Ubu;
- Para Isabel: uma mandala, do italiano Antonio Tabucchi, pela Estação Liberdade Os livros de Jacó, da polonesa Olga Tokarczuk, pela Editora Todavia.
Perguntas frequentes
Como entrar no mercado editorial?
Para entrar no mercado editorial, é importante investir em sua formação, preparar um bom currículo e um portfólio, e candidatar-se a vagas de emprego. Além disso, é útil ter um diploma, um currículo de principiante e uma carta de recomendação.
Como trabalhar no mercado editorial?
Trabalhar no mercado editorial envolve diversas funções, como a seleção, edição e revisão de material para vários tipos de mídia impressa (jornal, revista, livro, panfleto, cartaz, etc.), eletrônica (e-books, mídias interativas) ou digital (internet, celular).
O que é o mercado editorial?
O mercado editorial é o setor da economia que atua na produção e distribuição de livros, revistas e outras publicações, tanto impressas quanto digitais.
Como funciona o mercado editorial brasileiro?
O mercado editorial brasileiro funciona através de um processo que envolve a seleção, edição, revisão, diagramação, design de capa, provas e revisão do material. As editoras não compram os livros antes de venderem, existindo dois sistemas: consignação e venda com direito de devolução.
O que é trabalhar com editorial?
Trabalhar com editorial envolve dar forma e estilo a diferentes tipos de conteúdo, respeitando seus canais e público-alvo. O produtor editorial é responsável por desenvolver e coordenar projetos editoriais, nas mídias impressa, eletrônica e digital.
Quanto a editora paga ao autor?
No Brasil, autores ganham porcentagens do preço de capa (o preço pelo qual o livro é vendido nas livrarias) de cada exemplar de fato vendido. A maioria dos contratos abre exceções para vendas especiais, como grandes quantidades da obra serem compradas por alguma instituição governamental, quando a porcentagem do autor é menor. Sugiro que você leia o trecho deste artigo que fala um pouco mais sobre o assunto.
Qual o lucro de uma editora?
O lucro de uma editora vem da venda dos livros. No entanto, é importante notar que existem muitos custos associados à produção e venda de um livro, incluindo direitos autorais, custos de impressão, distribuição, marketing e outros.
Qual o maior mercado editorial do mundo?
O mercado editorial 2022 tem os EUA liderando o ranking, com faturamento de 26,8 bilhões de dólares, seguidos pela Alemanha (11,4 bilhões de dólares), Japão (11,3 bilhões de dólares), Reino Unido (5,4 bilhões de dólares) e Itália (4,1 bilhões de dólares).
O que é um conteúdo editorial?
Um conteúdo editorial é um texto de cunho jornalístico, opinativo e argumentativo que apresenta a opinião ou o posicionamento crítico da empresa, do jornal ou da direção a respeito dos temas mais patentes no momento da publicação.
O que significa produção editorial?
Produção Editorial é a transformação de um projeto original em uma publicação atraente. A tarefa do profissional é desenvolver e coordenar projetos editoriais, nas mídias impressa, eletrônica e digital.
Como funciona royalties de livros?
Os royalties de livros são uma forma de pagamento feita ao autor de um livro a cada vez que uma cópia de seu livro é vendida.
Essa é a minha visão sobre o Mercado Editorial no Brasil para 2024 e eu te convido para discutir o assunto comigo, deixando aqui algum comentário sobre as suas observações.
Compartilhe este artigo nas suas redes sociais, para que mais pessoas possam vir e ajudar na construção dessas impressões sobre o assunto. E não deixe de ler outras publicações relacionadas aqui neste espaço, que eu utilizo para trazer a vocês um pouco de como eu enxergo o mundo.
Até a próxima!